segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Falta de transparência com a Copa revela incompetência Para o Ministério Público, descontrole orçamentário aumenta o risco de corrupção.

Brasília (12) – A disparidade entre valores para obras da Copa de 2014 e a falta de transparência na aplicação dos recursos mostram a incompetência do governo federal em administrar o dinheiro público.

A menos de três anos para a realização do torneio, o Brasil ainda não tem as contas fechadas para o evento esportivo, mostra o jornal “Folha de S.Paulo”.

Além de não fecharem, as diferenças são alarmantes. Enquanto o Executivo anuncia custos de R$ 23,4 bilhões, a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) estima gastos de, no mínimo, R$ 84,9 bilhões, apenas para aeroportos, portos, segurança, arenas e mobilidade urbana.

Para o deputado Rui Palmeira, do PSDB de Alagoas, um dos problemas é o risco de sobrepreço. Ele também acredita que os empreendimentos não ficarão prontos até 2014. “O atraso é notório. Está sendo vendida uma coisa que não acontecerá. A situação é estarrecedora e revela total incompetência do governo”, completa.

As preocupações em torno do fracasso e dos problemas com as obras de infraestrutura são apontadas pelo Ministério Público Federal. Desta ver o alerta vem do procurador-chefe do MP do Amazonas, Athayde Ribeiro Costa, e coordenador do Grupo de Trabalho da Copa do Mundo 2014.

Para a Procuradoria, há indícios de falta de transparência nos investimentos, precariedade dos projetos e atrasos nas obras. Athayde avalia que o descontrole orçamentário aumenta o risco de corrupção.

Papel da oposição

Na opinião do deputado Rui Palmeira, a fiscalização é essencial para evitar o desperdício. “O papel da oposição é importante nesse processo, além da participação do Ministério Público, do Tribunal de Contas da União, da imprensa e da sociedade. É fundamental que as pessoas acompanhem, critiquem e mostrem as falhas dos projetos”, apontou.

No Amazonas, o MPF já determinou que Caixa e o BNDES suspendam os repasses de recursos por falta de ações para a construção do monotrilho e da arena Amazônia, em Manaus. Os dois empreendimentos devem consumir quase R$ 900 milhões e, segundo o MP, não têm projeto executivo. Ainda de acordo com o MPF, os gastos atuais não podem ser considerados definitivos.

O deputado Carlos Roberto, do PSDB de São Paulo, acrescenta que o Planalto tenta transmitir a falsa ideia de que o andamento das construções está normalizado, mas a realidade é completamente diferente.

“É preciso muito trabalho para mudar o cenário. A preocupação é ainda maior com o preço. Seria melhor se o governo desse transparência de quanto será o valor das obras para acabar com toda essa inquietação”, ressaltou. “Temos que evitar a farra com o dinheiro público”, alerta o parlamentar

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